Livro: Antes de Morrer

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Um livro singular
Se um dia você descobrisse que tem câncer, o que você faria? Viveria cada dia como se fosse o último, aproveitaria sua família e seus amigos ao máximo e confrontaria a doença? Talvez você fizesse uma lista de coisas…

E é isso mesmo que Tessa, a protagonista desta história, faz. Quando li essa pequena sinopse, sabia que iria chorar. Esperava um livro doce e bem clichê que retratasse romanticamente como a morte mudava a vida de alguém. Ainda sinto que os livros “doentes” são os que mais me emocionam, e esse foi um deles. Mas de uma maneira diferente.

Porque a gente pensa que quando alguém está para morrer essa pessoa deve ser gentil, doce e perfeita? Existe um tipo de aura que a cobre e de repente todos os seus pequenos erros são apagados para apenas a luz aparecer? Esse alguém está em paz e aceita plenamente sua situação?

É por isso que ‘Antes de Morrer’ torna-se um livro singular. Ao invés de sentir empatia pela Tessa, como provavelmente deveria acontecer, em várias partes do livro não gostava de sua personalidade forte e amarga. Ela estava longe de ser perfeita e certamente não era gentil. Se você pensa que os items de sua lista eram “louváveis”, saiba que um deles é “Usar drogas” e outro “Quebrar uma lei” . É uma personagem diferente do que estamos habituados num tipo de livro como esse.

Isso tornou a leitura ainda mais interessante. Até quando Tessa se apaixona as coisas acontecem de forma diferente. Seu relacionamento com Adam é intenso e reprimido, como se ela não quisesse se machucar e também não quisesse machucá-lo. Ele está sempre ao lado dela e muitas lágrimas me foram arrancadas em partes deles.

Obviamente não consigo captar sua emoção em frases curtas que contam muito pouco do que podemos sentir, mas acredito que é uma leitura muito válida, principalmente pra pessoas que gostam de dramas românticos e estão habituadas à velha fórmula do romance melado. Downham escreve de um jeito sutil e forte, sem ser piegas e ainda tocando profundamente.